Ela é forte, pés enraizados na terra, secular
Ele é frágil, idade incerta, espetacular
Este par improvável, porém, coeso e adorável
Dá sombra ao Palácio de todos nós e a quem desfruta
a calma da sua esplanada
E faz as delicias da muita pequenada
Que por ela trepa e à volta dele corre, endiabrada
Namoram o ano todo, mas é na Primavera
que se exibem sem decoro
Ali, no belo jardim do lado de lá da rua onde eu moro
Tudo porque na Primavera ele se enfeita, descaradamente,
de cachos de flores pintadas de azul e lilás
Só para avaliar o estrago dos ciúmes que lhe faz
São únicos e inconfundíveis e nas redondezas igual não há
A esta Borracheira e a este Jacarandá
A BORRACHEIRA E O JACARANDÁ ©
Helena Cavacas Veríssimo
26 Maio 2024
Fotos: Qta da Piedade, HCV
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