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AGOSTO, 4  ©

Atualizado: 10 de ago.

Existem datas que eu queria tanto ver apagadas do meu calendário

 

Para sempre apagadas do meu calendário

 

Porque apartada me fizeram da presença, do cheiro, das risadas, dos afagos, dos silêncios, da cumplicidade, das zangas, dos abraços

 

Desses três portos de abrigo a que não mais pude ser ancorada

 

Não se explica a dor, a saudade da ausência daqueles que partiram

 

Que nos marcaram de forma indelével

 

Com coisas tão simples quanto essenciais, como o valor do exemplo ou a importância da palavra dada

 

Mas também da palavra amiga ou daquela que chama à razão e que, por tal motivo, não deverá ser ignorada

 

Quarenta e quatro anos, no calendário, contados para trás deste preciso dia, do dia de hoje

 

Foi ela, a minha adorada irmã e melhor amiga, aquela que, da vida terrena, primeiro foi levada

 

De forma extemporânea, brutal e inexplicada

 

Nesse tórrido 4 de Agosto de triste memória, sentada no Cais das Colunas a olhar o rio recordo bem o quanto o meu coração se agitava

 

Como se pressentisse que algo de muito grave se anunciava

 

E, para sempre, marcaria a vida de todos quantos a amavam 


Mormente, a daqueles dois entes queridos que não aguentariam a sua partida

 

Pela razão maior de terem sido eles que a (nos) trouxeram a esta vida


Agosto, 4 ©

Helena Cavacas Veríssimo

04 de Agosto de 2024






 

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