Não perguntes, entra sem cerimónia
em meu coração. Com a pergunta
chega a dúvida e duvidar tem o
enorme poder de arruinar a paixão
Não perguntes, lança os teus braços à
volta dos meus. Envolve-me em teias
de doce torpor, convida meus lábios
a colarem-se docemente aos teus
Não perguntes, não me faças vir à
razão. Sabes bem que só o irracional
abre as portas à mais pura exaltação
Não perguntes, porquê cair em tal
absurdo? Ama-me e não fales, o amor
mais intenso pode sê-lo sendo mudo
NÃO PERGUNTES ©
Helena Cavacas Veríssimo
20 Maio 2024
Escultura "Psyche Revived by Cupid's Kiss", António Canova
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