Hoje acordei feliz sentada na saudade
Do tempo puro e cândido da infância
Não sei o que me levou àquela idade
Em que tudo se arruma na constância
Da alegria força motriz da felicidade
Alheada de causas sem importância
Desconfio que terá sido uma vontade
De manter-me firme na intolerância
De suportar essa diabólica maldade
Que se instalou nas teias da ganância
Como voraz amiga da impunidade
Bondade desprovida de relevância
Fazendo o todo refém da infelicidade
E o ódio ousando usar sem relutância
Por isso gosto de sair da minha
idade
De ser feliz revisitando a minha
infância
E viajar no tempo sentada na
saudade
SENTADA NA SAUDADE ©️
Helena Cavacas Veríssimo
13 Julho 2024
Arte: "A Persistência da Memória", Salvador Dalí
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