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Foto do escritorHelena Cavacas Verissimo

Acho isso muito interessante, mas...


Quando definimos as nossas prioridades ou temos que fazer escolhas somos, necessariamente, influenciados pelas nossas crenças, por aquilo em que acreditamos. São as nossas crenças que nos levam a decidir por uma ou outra coisa. O que marca a maioria daquilo que nos acontece na vida, não é o acontecimento

em si mas sim a forma como encaramos esse acontecimento, a crença subjacente à forma como olhamos para o que nos acontece.

Mas o que é realmente uma crença ?

"As crenças são o que leva a maioria das pessoas a ficar encurralada com os seus problemas. A não ser que acredite que pode superar alguma coisa, passar por alguma coisa ou chegar a alguma coisa, é pouco provável que seja capaz de fazer alguma coisa. As suas crenças remetem para a sensaçao de certeza que tem em relação a alguns dos seus pensamentos" (Bandler, 2009).

A sensação de certeza que temos em relação a algo, ie a crença, tem sempre duas vertentes: a possibilitadora e a limitadora, ou seja aquela que nos dá recursos, nos fortalece, e a que nos retira esses recursos, nos enfraquece.

Não se trata de considerar aquilo em que acreditamos de verdadeito ou falso. Trata-se, isso sim, de verificar se aquilo em que acreditamos nos dá ou, pelo contrário, nos retira poder, nos permite, ou não, colocar em prática as nossas virtudes.

"O sucesso é alcançado por aqueles que despertam a consciência para o sucesso, O falhanço é para aqueles que se entregam à consciência do falhanço" (Hill,1966).

Na maioria dos casos não temos consciência que desenvolvemos crenças limitadoras nem do impacto que elas têm no nosso dia a dia. Não temos consciência do efeito sabotador que elas têm na concretização dos nossos objectivos. Por vezes desenvolvemos e alicerçamos determinadas crenças limitadoras simplesmente com base em acontecimentos que nos causaram dor no passado.

Então, simplesmente achamos que um acontecimento semelhante nos voltará a causar dor.

E preferimos nem tentar, tolhidos pelo medo de que o mesmo resultado possa ocorrer.

Para nos afastarmos da dor ficamos presos naquilo que achamos ser o prazer de não correr o risco.

Quando as nossas crenças nos dizem que determinado comportamento ou acontecimento nos causou dor no passado, nos está a causar dor no presente, o mais provável é que nos continue a causar dor no futuro.

Será, então, possível inverter determinados padrões de pensamento e comportamento ?

Quando decidimos dizer basta aos problermas, quando associamos dose suficiente de dor a determinado acontecimento ou acontecimentos que condicionam as nossas vidas, é possível inverter a situação.

Quando decido eliminar dois dos mais terríveis sabotadores: a dúvida e o medo.

Se determinada área das nossas vidas está numa fase tal que, por medo ou dúvida, não conseguimos mudar nada na nossa acção diária para alterá-la, podemos perguntar-nos:

O que poderia acontecer-me de pior se eu fizesse de forma diferente ?

E o que poderia acontecer-me de melhor ?

Considerando as duas opções conclui-se que sim, é possível alterar a minha crença face âquele acontecimento específico que me tem vindo a causar dor. E a essa mudança de paradigma passo a associar prazer, passo a gerar uma crença mais possibilitadora, mais geradora de bem estar.

E aí decido fazer diferente. Decido, com convicção, fazer diferente.

É um lugar comum dizer-se que quando nos encontramos em situações de extremo arranjamos forças onde antes não acreditariamos poder encontrá-las.

Sem dúvida. E porquê ?

Porque confrontados com uma situação de emergência, de urgência, não temos tempo para dar atenção os sabotadores, à dúvida e ao medo. Naquele momento, o que tem que ser feito ultrapassa largamente a nossa zona de conforto e não pensamos sequer que não seremos capazes.

Decidimos, com convicção, que vamos agir rapidamente em determinado sentido, porque isso vai gerar um resultado melhor do que a realidade que está a ocorrer.

Por isso, quando em face de uma oportunidade de mudança, respondemos qualquer coisa como:

Isso é muito interessante, mas ....não tenho tempo para o fazer,

Ou:

Isso é muito interessante, mas ... não tenho dinheiro para avançar,

a questão que nos devemos colocar é:

Nao tenho tempo para quê ? Para continuar a não ter tempo ? Para continuar segundo os mesmos padrões que me colocaram no sítio onde estou ?

Nao tenho dinheiro para quê ? Para continuar a não ter dinheiro ? Para continuar a viver segundo os mesmos padrões que me levaram a não ter dinheiro ?

Todos sabemos que uma pessoa com uma agenda muito preenchida arranja sempre tempo para fazer mais. E que uma pessoa que tem muito dinheiro procura, igualmente, fazê-lo crescer.

Já o mesmo náo acontece com quem faz e tem pouco.

Por isso, o melhor mesmo, é associar doses suficientes de dor aos comportamentos que nos geram dor, doses tão grandes até sermos obrigados a dizer basta.

Basta de problemas, basta de ter pensamentos e comportamentos que não nos conduzirão a sítios diferentes.

Coloquemo-nos a questão: O que me poderia acontecer de pior se fizesse diferente ? Nada poderia acontecer de pior ?

Então, decidamos, com convicção, fazer diferente. Correr o risco. Correr o risco calculado. Tão má é a cautela em excesso como a falta dela.

Se nada me pode acontecer de pior, o que me poderá acontecer de melhor ?

Se fazendo o que sempre fiz não me conduziu a alcançar o que quero, parece lógico que o importante é mesmo identificar exatamente o que pretendo alcançar, associar-lhe emoções positivas e boa dose de prazer, alicerçar uma crença possibilitadora, eliminar os sabotadores e confiar na ação persistente, eficaz e focada.

Ninguém consegue alcançar o sucesso se não trabalhar para isso. Não é possível querer obter algo a troco de nada.

Trabalhando empenhadamente para alcançar o sucesso com a convicção de que o vou conseguir, significa que a probabilidade de lá chegar é seguramente maior.

E não esquecer, nunca, a força das palavras.

Elas são co-responsáveis pela geração de vibrações mais ou menos positivas na nossa mente. Geram uma energia, uma emoção, que tende a dar-nos mais do mesmo, seja isso positivo ou negativo.

Parece, pois, evidente que se quero alcançar um resultado diferente, tenho que dominar as minhas emoçoes, alterar os meus padrões, alterar as minhas crenças, utilizar as estratégias adequadas e agir de forma disciplinada.

Colocar, definitivamente, de lado os "se", "mas" e "porque".

As decisões que controlam o meu e o seu destino são:

"1- As sua decisões sobre aquilo em que se concentra

2- As suas decisões sobre o que as coisas significam para si

3- As suas decisões sobre o que fazer para produzir os resultados que deseja" (Robbins, 1991)

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