Não nos preocupemos com as rugas que se vão instalando, sem cerimónia, nos nossos rostos.
Envelhecer não é um problema.
É uma fase natural do ciclo da vida, é um processo de amadurecimento que se reflete em alterações progressivas ao nível biológico e muitas vezes também ao nível psíquico, emocional, social.
Saber gerir essas alterações progressivas que, necessariamente, todos vamos sentindo é a chave para que envelhecimento e qualidade de vida andem de mãos dadas.
Segundo o Censos de 2021, por cada 100 jovens existem, em Portugal, 182 pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.
Temos, pois, uma população predominantemente envelhecida.
Preservar a qualidade de vida nesta população é, a todos os níveis, um fator de importância extrema.
A Organização Mundial de Saúde, define qualidade de vida como “a percepção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objectivos, expectativas, padrões e preocupações”.
É evidente que a percepão que cada um tem sobre si próprio ou sobre a sua posição na vida não é a mesma aos 18 ou aos 65 anos.
Essa percepção vai-se alterando, necessariamente.
Importante é que, apesar das alterações que se vão sentindo, se mantenha o interesse pela vida, a noção de pertença, de utilidade, de parte integrante do todo.
Importante é que, cada um, fomente e invista no seu próprio envelhecimento ativo.
Sem achar que são os outros, que é a sociedade, que é o estado, que é a família quem tem esse dever.
Não são os outros que têm esse dever.
É um dever de cada um tem, por respeito a si próprio e por respeito à sociedade em que está inserido.
Manter-se curioso, ativo, integrado na sociedade civil e empresarial, desenvolver programas de mentoria junto dos mais novos, exercitar-se, saber comer, integrar-se em movimentos adequados aos interesses próprios são tudo coisas que devem partir de cada um, caso se deseje alimentar o entusiasmo, a autonomia, a independência.
Para que se não deixe enrugar a alma.
Para que se viva enquanto houver vida.
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